Parque Verde do Casarelo

A oportunidade de construção do Parque Verde do Casarelo resulta da verificação de uma efetiva necessidade ao nível da utilização do espaço público coletivo na envolvente da única zona que se mantém por consolidar na malha urbana, próxima a um dos mais significativos elementos patrimoniais de Pombal, o Castelo.

O principal objetivo com o projeto de execução do Parque Verde é cumprir com uma solução com ponto focal à população residente, nomeadamente no que diz respeito ao uso do espaço público e dos espaços planeados especificamente para zonas de lazer e de atividades ao ar livre, promovendo um vazio urbano a um espaço fundamental da vida e estrutura urbanas.

Sendo o Parque Verde paralelamente planeado como um espaço de promoção da área urbana consolidada e zonas de expansão, bem como da estrutura do Castelo, todas recentemente beneficiadas com obras ao nível dos arruamentos e de arranjos de exteriores, contribui para que a sua definição urbanística acabe de forma espontânea a agir na reestruturação do interesse residente e turístico sobre a área, como na reorganização dos serviços e comércios que se localizam no espaço consolidado da envolvente, admitindo assim uma proposta com interposição na qualidade ambiental, paisagística e urbana.

Neste sentido, a intervenção do Parque Verde vem possibilitar cumprir com um conjunto de articulações urbanas há algum tempo ponderadas. Em particular, e em primeiro lugar, no que diz respeito à relação das infraestruturas e equipamentos de lazer a atividades desportivas com a futura ampliação da rede de ciclovia e de circulação pedonal, e com as estruturas verdes da Mata da Rola e da Mata do Castelo, cujas afinidades vêm amarrar a interdependência de diversos espaços e pontos urbanos da cidade.

Em segundo lugar, no que respeita aos equipamentos com interesse coletivo, patrimonial e/ou turístico (por exemplo, Mercado Municipal e Castelo), funcionando quase como um espaço de expansão complementar a cada um deles, resolvendo a ausência de espaços exteriores de acolhimento e de estacionamento controlado, ao mesmo tempo que reafirma as relações visuais e de mobilidade da Avenida do Casarelo, à data em fase de projeto, e das fachadas do Castelo e do Cemitério.

Por último, cabe sublinhar que a intervenção do Parque Verde do Casarelo é uma proposta de elevado interesse público e urbanístico que se pretende integrada, e sobretudo integradora, do espaço consolidado e dos espaços previstos. É então fundamental que a proposta não pretenda superar ou anular as características dos espaços já estabilizados. Antes, que de forma harmoniosa e quase impercetível desenvolva uma multivalência de programas funcionais e de circulação, apta para o uso das várias faixas etárias da população.

Confina a norte com uma bolsa de estacionamento informal limítrofe à rua de Ansião – para o qual está projetada a Bolsa de Estacionamento da Encosta do Castelo –, e com o troço da Avenida do Casarelo, o qual se prolonga pela restante vertente nascente da área de intervenção, até ao limite da rotunda. Confina a sul com terrenos de plantação (atualmente em pousio), contíguos à Mata da Rola, e com o traçado da ribeira, até confinar com a fachada do Cemitério. Confina a poente com a linha hídrica da ribeira e com a encosta e respetivas ligações de acesso pedonal ao Castelo.

É relevante referir a estreita relação, compositiva e visual, com o Castelo e o Cemitério, bem como a proximidade às instalações da superfície comercial existente na zona e à rotunda que fecha a Avenida do Casarelo no topo sudeste.

A área de intervenção que respeita o projeto de execução para o Parque Verde do Casarelo representa um ponto fundamental para a correlação dos vários espaços que compõem o tecido urbano já estabilizado e de novas expansões e ligações viárias da cidade de Pombal.

No entanto, é preciso ter presente que a solução deve obedecer, em primeiro lugar, aos objetivos principais do programa que se pretende executar:

1. A criação de um espaço urbano coletivo com uma forte estrutura verde, natural, complementada por zonas de lazer e recreio consideradas para usufruto das diversas faixas etárias da população, e cuja presença física seja revestida de uma informalidade material.
2. Um espaço de ligação pedonal e ciclável, com arranque na bolsa de estacionamento projetada para o início da Avenida do Casarelo, que una o núcleo urbano consolidado, o Parque Verde do Casarelo, a Mata da Rola e a futura ligação ciclável com a Avenida Europa (antiga EN 237).

Este tipo de dupla valência requer o planeamento detalhado de um modelo urbano de organização de espaço público que tem de considerar premissas muito específicas, diretamente relacionadas com a valorização ambiental, paisagística e urbana da própria área de intervenção.