Sebastião José de Carvalho e Melo, Marquês de Pombal (1699-1782)
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Sebastião José de Carvalho e Melo, Marquês de Pombal (1699-1782)
Sebastião José de Carvalho e Melo nasceu a 13 de maio de 1699 em Lisboa. Descendente de uma família da baixa aristocracia, era filho de Manuel de Carvalho e Ataíde, capitão de Cavalaria e fidalgo da Casa Real, e de D. Teresa Luísa de Mendonça e Mello. Foi batizado a 6 de junho na freguesia de Nossa Senhora das Mercês.
Na Universidade de Coimbra, frequentou o 1º ano jurídico que acabou por abandonar para se dedicar à carreira de armas. No entanto, a sua inconstância à obediência militar obrigou-o a pedir a demissão. Dedicou-se ao estudo da história, da política e da legislação. Em 1733, foi nomeado sócio da Academia Real de História, por influência do cardeal Mota, ministro e valido do rei D. João V.
Por ele se apaixonou D. Teresa de Noronha, sobrinha do conde dos Arcos e dama da Rainha D. Maria Ana de Áustria, com quem casou em 1723.
A sua ligação a Pombal terá surgido em 1724, com a sua vinda para casa do seu tio, o arcipreste Paulo de Carvalho e Ataíde, proprietário da Quinta da Gramela. Após a morte do seu tio em 1737, herda a Quinta da Gramela.
A carreira de Sebastião José de Carvalho e Melo, ao serviço do Estado, começou em 1738, em Londres, enviado com a missão de pôr termo aos litígios de comércio entre a Portugal e Inglaterra.
De Londres foi enviado para Viena de Áustria, em 1743, com a missão de mediar o conflito diplomático entre a Coroa austríaca e o Papa. Durante a sua estadia em Viena, conheceu D. Maria Leonor Ernestina Eva Josefa, a Condessa de Daun, pertencente à alta nobreza austríaca, com quem viria a casar, em segundas núpcias, a 18 de dezembro de 1745.
Com a morte do rei D. João V e a subida ao trono de D. José I, Sebastião José de Carvalho e Melo foi nomeado Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Guerra em 1750. Como ministro, extinguiu privilégios ao clero e à nobreza, retirou poderes dispersos na sociedade, centralizando-os na coroa.
Quando em 1 de novembro de 1755 a população solenizava os Santos, foi surpreendida por um forte abalo de terra, sentindo-se um novo abalo, seguido de um maremoto, que destruíram Lisboa. Sebastião José de Carvalho e Melo tomou medidas notáveis com vista a restabelecer a normalidade possível. A sua célebre frase: “Agora há que enterrar os mortos, cuidar dos vivos e fechar os portos” ficaria para a posteridade.
Verdadeiro marco para Portugal, a reconstrução da cidade de Lisboa é uma obra-prima do planeamento urbanístico, ordenada, com grandes praças, avenidas largas e retilíneas e com técnicas construtivas inovadoras, resistentes aos terramotos e incêndios que ficaram conhecidas por “gaiola pombalina”.
A nova baixa pombalina não foi a única obra deste estadista, Sebastião José de Carvalho e Melo pôs em prática várias reformas, enquanto déspota esclarecido, atuando na administração, finanças, economia, indústria, comércio, agricultura, ensino e defesa.
No domínio da administração pública, criou instituições para reforçar o aparelho do Estado. São exemplos disso a Intendência Geral da Polícia, cujo objetivo era manter e zelar pela segurança e tranquilidade pública, e o Erário Régio, semelhante ao cargo de Ministério das Finanças.
Na agricultura procurou implementar medidas de proteção agrícola, uma política de intercâmbio regional de cereais e pôs termo ao parcelamento das terras a que se procedia ao longo das gerações.
Com o objetivo de garantir a independência nacional, através de medidas protecionistas que pretendiam relançar a produção, Sebastião José de Carvalho e Melo projetou a criação e renovação de muitas manufaturas, por todo o país. Em 1759, por alvará de 24 de Março, é criada a Real Fábrica de Chapéus de Pombal, a primeira fábrica de chapéus finos do reino, que operava na Quinta da Gramela.
No comércio, com o intuito de proteger os comerciantes e os burgueses, criou companhias comerciais por todo o país, nomeadamente a Companhia do Grão-Pará e Maranhão e a Junta do Comércio, em 1755.
Com a expulsão da Companhia de Jesus, em 1759, e o confisco de todos os seus bens, iniciou a reforma do ensino, criando pela primeira vez em Portugal, escolas laicas. Em 1768, cria a Junta da Providência Literária, para averiguar as causas da decadência do ensino universitário, que registava uma diminuição drástica no número de alunos.
Na tentativa de regicídio, no dia 3 de setembro de 1758, foi instaurado o processo de investigação para apurar o nome dos implicados. Membros da família Távora e outros envolvidos no atentado foram acusados de conspiração, tendo sido sentenciados e executados publicamente na Praça de Belém, a 13 de Janeiro de 1759. Sebastião de José Carvalho e Melo apoiou a decisão do rei, defendendo a severa condenação dos culpados, facto que o ligou ao processo de Execução dos Távoras.
Em reconhecimento da sua obra, em 1759 Sebastião de José Carvalho e Melo recebe o título de 1º Conde de Oeiras e o senhorio de juro e herdade da vila de Pombal. Mais de uma década depois, foi novamente reconhecido o seu trabalho público e de dedicação ao Rei, tendo-lhe sido atribuído um segundo título, o de 1º Marquês de Pombal.
É como senhor de Pombal, em 1776, que manda construir na Praça da vila, os edifícios da Cadeia e Celeiro, onde, no interior do 1.º Piso, é possível vislumbrar a cobertura de madeira que suporta o telhado, recordando o casco de um navio. Neste edifício é aplicada a técnica de construção antissísmica de estrutura em gaiola, utilizada na baixa de Lisboa.
Celeiro, edifício que acolhe o Museu Marquês de Pombal
Celeiro, edifício que acolhe o Museu de Arte Popular Portuguesa
Com a morte de D. José I, em 1777, assiste-se à queda política do Marquês de Pombal que, gravemente doente, enfrenta a vingança dos seus adversários políticos. Solicitou a D. Maria I que o permitisse deixar as funções que desempenhava e que o autorizasse a sair para Pombal, onde se instalou numa casa na Praça, junto à Igreja Matriz.
Acusado de fraude, roubo e abuso de poder, é-lhe instaurado um processo judicial. E, em 1781, proferida a sentença da Rainha, foi considerado culpado das acusações e condenado ao afastamento da corte.
Cerca de um ano depois, morre na casa onde residia em Pombal, a 8 de maio de 1782. Os seus restos mortais permanecem na Igreja de Nossa Senhora do Cardal até 1856, data da trasladação para a Igreja das Mercês, em Lisboa. Mais tarde, em 1923, viria a ser trasladado para a Igreja da Memória.
Em maio de 1907, em Pombal, foi inaugurado o monumento de homenagem ao Marquês de Pombal. Sobre uma base em calcário, desenhada pelo arquiteto Ernesto Korrodi, o busto do Marquês de Pombal em bronze é da autoria do escultor Fernandes de Sá.
Não deixe de visitar:
Museu de Arte Popular Portuguesa
Monumento ao Marquês de Pombal no Jardim do Cardal
Casa do Marquês de Pombal
Não deixe de fazer:
Referências Bibliográficas:
AZEVEDO, João Lúcio de, – O Marquês de Pombal e a Sua Época. Lisboa: Alfarrábio, 2009.
CÂMARA MUNICIPAL DE POMBAL, – Registo de honra dos protectores do monumento ao Marquez de Pombal na villa de Pombal. Pombal : Edição fac-símile da edição de 1907, imp. Empresa Diário do Porto Lda, 2017.
EUSÉBIO, Joaquim – Pombal 8 Séculos de História. Ed. rev. e aumentada.Pombal: Câmara Municipal, 2007.
PEDROSA, Nelson – Para a História de Pombal no Século XVIII. Pombal: Rotary Club de Pombal, 2016.
OLIVEIRA, Luís, et ali. – Atas do Congresso O Marquês de Pombal e a sua Época, Pombal, 1999; Colóquio O Século XVIII e o Marquês de Pombal, Oeiras, 1999. Oeiras: Câmara Municipal; Pombal: Câmara Municipal, 2001.
Sebastião José de Carvalho e Melo, Marquis of Pombal (1699-1782)
Sebastião José de Carvalho e Melo was born on 13 May 1699, in Lisbon. Descending from a family of the lower aristocracy, he was the son of Manuel de Carvalho e Ataíde, captain of Cavalry and noble of the Royal House, and of Teresa Luísa de Mendonça and Mello. He was baptized on 6 June in the parish of Nossa Senhora das Mercês.
At the University of Coimbra, he attended the 1st year of Legal Education but he eventually abandoned to dedicate himself to his weapons career. However, his inconstancy to military obedience forced him to resign. He devoted himself to the study of history, politics and legislation. In 1733, he was appointed member of the Royal Academy of History, under the influence of Cardinal Mota, minister and favourite of King João V.
In 1723, he married Teresa de Noronha, niece of the Count of Arcos and lady in waiting of Queen Maria Ana of Austria.
His connection to Pombal arose in 1724, when he came to his uncle’s house, the archpriest Paulo de Carvalho e Ataíde, owner of the Quinta da Gramela Estate. After his uncle’s death in 1737, he inherited the property.
The career of Sebastião José de Carvalho e Melo, serving the State, began in 1738 in London, where he was sent with the mission of ending trade disputes between Portugal and England.
From London he was sent to Vienna, in Austria, in 1743, with the mission of mediating the diplomatic conflict between the Austrian Crown and the Pope. During his stay in Vienna, he met Maria Leonor Ernestina Eva Josefa, the Countess of Daun who belonged to the Austrian high nobility, with whom he would marry in second marriage on 18 December 1745.
With the death of King João V and the ascension to the throne of José I, Sebastião José de Carvalho e Melo was appointed Secretary of State for Foreign Affairs and War in 1750. As a minister, he extinguished privileges to the clergy and nobility, withdrew scattered powers in society, centralising them in the crown.
On 1 November 1755, while the population was celebrating All Saints’ Day, a strong earthquake occurred, followed by a new shock and a tsunami which destroyed Lisbon. Sebastião José de Carvalho e Melo took remarkable measures to restore some normality. His famous phrase: “Now we must bury the dead, take care of the living and close the ports” would be for posterity.
The reconstruction of the city of Lisbon was a real landmark of Portugal, a masterpiece of urban planning, well-ordered, with large squares, wide and rectilinear avenues and with innovative construction techniques, resistant to earthquakes and fires that became known as “pombaline cage”.
The new “baixa pombalina” (Lisbon downtown) was not the only work of this statesman, Sebastião José de Carvalho e Melo, who also put into practice several reforms, as an enlightened despot, namely in administration, finance, economy, industry, trade, agriculture, education and defence.
In the field of public administration, he set up institutions to strengthen the state apparatus. Examples of this are the General Police Intendancy, whose objective was to maintain and ensure public security and tranquillity, as well as the Royal Treasury, similar to the Ministry of Finance.
In agriculture, he sought to implement agricultural protective measures, a policy of regional exchange of cereals and put an end to the parcelling of the land which had taken place over the generations.
With the purpose of ensuring national independence, through protectionist measures that aimed to relaunch production, Sebastião José de Carvalho e Melo designed the creation and renovation of many manufactures throughout the country. In 1759, by charter of 24 March, the Royal Hat Factory of Pombal was created, the first fine hat factory of the kingdom, which operated in Quinta da Gramela.
In commerce, in order to protect traders and bourgeois, he created commercial companies throughout the country, namely the Company of Grão-Pará e Maranhão and the Trade Commission in 1755.
With the expulsion of the Society of Jesus in 1759 and the confiscation of all its assets, he began the reform of education, creating, for the first time in Portugal, secular schools. In 1768, he created the Board of Literary Providence to investigate the causes of the decline of university education, which had registered a drastic decrease in the number of students.
Following the attempt on the King’s life on 3 September 1758, the investigation process was initiated to determine the names of those involved. Members of the Távora family and others involved in the attack were charged with conspiracy and were sentenced and publicly executed in Belém Square on 13 January 1759. Sebastião de José Carvalho e Mello supported the King’s decision, defending the severe condemnation of the culprits, a fact that linked him to the Távora family execution process.
In recognition of his work, in 1759 Sebastião de José Carvalho e Melo received the title of 1st Count of Oeiras and the landlord of the village of Pombal. More than a decade later, his public work and dedication to the King was recognized again, being awarded a second title as 1st Marquis of Pombal.
It is as lord of Pombal that, in 1776, he commissioned the construction of the Prison and the Barn in the village square. On the latter 1st floor, it is possible to observe the wooden roof recalling the hull of a ship. In this building was applied the anti-seismic technique reminding of a cage structure, used in the reconstruction of Lisbon downtown.
Prison, building that houses the Marquis of Pombal Museum
Barn, building that houses the Portuguese Folk Art Museum
With the death of King José I in 1777, occurred the political fall of the Marquis of Pombal who, seriously ill, faced the revenge of his political opponents. He asked Queen Maria I to allow him to cease his functions and to authorise him to leave for Pombal, where he lived in a house in the Square, next to the Parish Church.
As he was accused of fraud, theft and abuse of power, a lawsuit was brought against him. In 1781, he was found guilty and sentenced by the Queen to removal from Court.
About a year later, he died in the house where he lived in Pombal, on 8 May 1782. His remains stayed in the Church of Our Lady of Cardal until 1856, being removed to the Church of Mercês in Lisbon. Later, in 1923, he was transferred to the Church of Memória (Lisbon).
In May 1907, in Pombal, the monument in homage to the Marquis of Pombal was inaugurated. On a limestone base, designed by architect Ernesto Korrodi, the bust of the Marquis of Pombal in bronze is by the sculptor Fernandes de Sá.
To visit:
Monument to the Marquis of Pombal. Cardal Garden
Marquis’ House
To do:
Bibliographical references:
AZEVEDO, João Lúcio de, – O Marquês de Pombal e a Sua Época. Lisboa: Alfarrábio, 2009.
CÂMARA MUNICIPAL DE POMBAL, – Registo de honra dos protectores do monumento ao Marquez de Pombal na villa de Pombal. Pombal : Edição fac-símile da edição de 1907, imp. Empresa Diário do Porto Lda, 2017.
EUSÉBIO, Joaquim – Pombal 8 Séculos de História. Ed. rev. e aumentada.Pombal: Câmara Municipal, 2007.
PEDROSA, Nelson – Para a História de Pombal no Século XVIII. Pombal: Rotary Club de Pombal, 2016.
OLIVEIRA, Luís, et ali. – Atas do Congresso O Marquês de Pombal e a sua Época, Pombal, 1999; Colóquio O Século XVIII e o Marquês de Pombal, Oeiras, 1999. Oeiras: Câmara Municipal; Pombal: Câmara Municipal, 2001.
Sebastião José de Carvalho e Melo, Marquis de Pombal (1699-1782)
Sebastião José de Carvalho e Melo naquit le 13 mai 1699, à Lisbonne. Issu d’une famille de l’aristocratie inférieure, il était le fils de Manuel de Carvalho e Ataíde, capitaine de cavalerie et noble de la Maison Royale, et de Teresa Luísa de Mendonça e Mello. Il fut baptisé le 6 juin dans la paroisse de Nossa Senhora das Mercês.
À l’Université de Coimbra, il fréquenta la 1ère année de science juridique qu’il abandonna ensuite pour se consacrer à sa carrière des armes. Cependant, son inconstance à l’obéissance militaire le força à démissionner. Il se consacra à l’étude de l’histoire, de la politique et de la législation. En 1733, il fut nommé membre de l’Académie royale d’histoire, sous l’influence du cardinal Mota, ministre et favori du roi D. João V.
En 1723, il épousa Teresa de Noronha, nièce du comte d’Arcos et dame de compagnie de la reine Maria Ana d’Autriche.
Ses liens avec Pombal survinrent en 1724, lors de son séjour chez son oncle, l’archiprêtre Paulo de Carvalho et Ataíde, propriétaire de la Quinta da Gramela. Après la mort de son oncle en 1737, il hérita de la propriété.
La carrière de Sebastião José de Carvalho e Melo, au service de l’État, commença en 1738 à Londres, où il fut envoyé avec la mission de mettre fin aux différends commerciaux entre le Portugal et l’Angleterre.
De Londres, il fut envoyé à Vienne, en Autriche, en 1743, avec pour mission la médiation du conflit diplomatique entre la couronne autrichienne et le pape. Pendant son séjour à Vienne, il rencontra Maria Leonor Ernestina Eva Josefa, comtesse de Daun appartenant à la haute noblesse autrichienne, qu’il épousa en secondes noces le 18 décembre 1745.
Avec la mort du roi João V et l’accession au trône de José Ier, Sebastião José de Carvalho e Melo fut nommé secrétaire d’État aux Affaires étrangères et à la Guerre en 1750. En tant que ministre, il mit fin aux privilèges du clergé et de la noblesse, retira les pouvoirs dispersés dans la société et les centralisa dans la couronne.
Le 1er novembre 1755, alors que la population célébrait la Toussaint, elle fut surprise par un fort tremblement de terre, suivit d’un nouveau choc puis d’un raz de marée qui détruisit Lisbonne. Sebastião José de Carvalho e Melo prit les rênes de façon remarquable afin de rétablir la normalité possible. Sa célèbre phrase: « Maintenant, nous devons enterrer les morts, prendre soin des vivants et fermer les ports » restera pour la postérité.
La reconstruction de la ville de Lisbonne est un véritable point de repère pour le Portugal, un chef-d’œuvre de l’urbanisme, ordonné, avec de grandes places, des avenues larges et rectilignes ainsi que des techniques de construction innovatrices, résistantes aux tremblements de terre et aux incendies, connues sous le nom de « cage pombaline ».
La nouvelle « baixa pombalina » (centre-ville de Lisbonne) ne fut pas la seule œuvre de cet homme d’État, Sebastião José de Carvalho e Melo, qui mit également en pratique plusieurs réformes en tant que despote éclairé, notamment dans l’administration, la finance, l’économie, l’industrie, le commerce, l’agriculture, l’éducation et la défense.
Dans le domaine de l’administration publique, il créa diverses institutions afin de renforcer l’appareil de l’État. C’est le cas, par exemple, de l’Intendance de la Police générale, dont l’objectif était de maintenir et d’assurer la sécurité et la tranquillité publiques, ainsi que le Trésor royal, semblable au ministère des Finances.
Dans l’agriculture, il chercha à mettre en œuvre des mesures de protection agricole, une politique d’échange régional de céréales et à mettre fin au parcellement des terres, récurrent au fil des générations.
Dans le but d’assurer l’indépendance nationale, grâce à des mesures protectionnistes visant à relancer la production, Sebastião José de Carvalho e Melo créa et rénova de nombreuses manufactures à travers le pays. En 1759, par charte du 24 mars, l’Usine Royale de chapeaux de Pombal fut créée, la première usine de chapeaux fins du royaume, qui opérait à Quinta da Gramela.
Au niveau du commerce, afin de protéger les commerçants et les bourgeois, il créa des entreprises commerciales dans tout le pays, notamment la Companhia do Grão-Pará e Maranhão et la Junta do Comércio en 1755.
Avec l’expulsion de la Société de Jésus en 1759 et la confiscation de tous ses biens, il commença la réforme de l’éducation, créant pour la première fois au Portugal des écoles laïques. En 1768, il créa le Conseil de la Providence littéraire, afin d’étudier les causes du déclin de l’enseignement universitaire, qui connaissait une diminution drastique du nombre d’étudiants.
Suite à la tentative de régicide, le 3 septembre 1758, l’enquête fut amorcée afin de déterminer les noms des personnes impliquées. Des membres de la famille Távora et d’autres personnes impliquées dans l’attaque furent inculpés de complot et furent condamnés et exécutés publiquement sur la Place de Belém le 13 janvier 1759. Sebastião de José Carvalho e Mello soutint la décision du roi, défendant la condamnation sévère des coupables, un fait qui le lia à l’exécution de la famille Távora.
En reconnaissance de son travail, en 1759, Sebastião de José Carvalho e Melo reçut le titre de 1er comte d’Oeiras ainsi que la seigneurie du village de Pombal. Plus d’une décennie plus tard, son travail public et son dévouement envers le roi furent à nouveau reconnus et il reçut un deuxième titre, celui de 1er Marquis de Pombal.
C’est en tant que seigneur de Pombal qu’en 1776 il ordonna la construction de la Prison et de la Grange sur la place du village. Au 1er étage de la grange, il est possible d’entrevoir la charpente en bois, rappelant la coque d’un navire, partie intégrante de la technique de construction antisismique en forme de cage, utilisée lors de la reconstruction du centre-ville de Lisbonne.
Prison, édifice qui accueille le Musée Marquis de Pombal
Grange, édifice qui accueille le Musée d’Art Populaire Portugais
La mort du roi José Ier en 1777 provoqua la chute politique du Marquis de Pombal qui, gravement malade, fit face à la vengeance de ses adversaires politiques. Il demanda alors à la reine Maria I de le démettre de ses fonctions et de l’autoriser à rejoindre Pombal, où il vécut dans une maison sur la place, à côté de l’église paroissiale.
Accusé de fraude, de vol et d’abus de pouvoir, un procès fut intenté contre lui. En 1781, la sentence de la reine fut prononcée : il fut reconnu coupable des accusations et condamné à s’éloigner de la Cour.
Environ un an plus tard, il mourut dans la maison où il vivait à Pombal, le 8 mai 1782. Sa dépouille resta à l’église de Notre-Dame du Cardal jusqu’en 1856, date à laquelle elle fut transférée à l’église de Mercês, à Lisbonne. Plus tard, en 1923, elle fut déplacée à l’Église de la Mémoire.
En mai 1907, à Pombal, le monument en hommage au Marquis de Pombal fut inauguré. La base calcaire fut conçue par l’architecte Ernesto Korrodi et le buste du Marquis de Pombal en bronze fut réalisé par le sculpteur Fernandes de Sá.
À visiter :
Musée d’Art Populaire Portugais
Maison du Marquis de Pombal
Monument au Marquis de Pombal. Jardin du Cardal
À faire :
Sources bibliographiques:
AZEVEDO, João Lúcio de, – O Marquês de Pombal e a Sua Época. Lisboa: Alfarrábio, 2009.
CÂMARA MUNICIPAL DE POMBAL, – Registo de honra dos protectores do monumento ao Marquez de Pombal na villa de Pombal. Pombal : Edição fac-símile da edição de 1907, imp. Empresa Diário do Porto Lda, 2017.
EUSÉBIO, Joaquim – Pombal 8 Séculos de História. Ed. rev. e aumentada.Pombal: Câmara Municipal, 2007.
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OLIVEIRA, Luís, et ali. – Atas do Congresso O Marquês de Pombal e a sua Época, Pombal, 1999; Colóquio O Século XVIII e o Marquês de Pombal, Oeiras, 1999. Oeiras: Câmara Municipal; Pombal: Câmara Municipal, 2001.
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