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Convento do Louriçal

Convento

  • Morada: Rua da Misericórdia, nº 10 | 3105-165 Louriçal

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A construção do convento do Louriçal está intimamente ligada ao célebre roubo da igreja de Santa Engrácia, em Lisboa e a Maria de Brito, mais tarde conhecida sob o nome de Maria do Lado.

Na véspera do roubo de Santa Engrácia, Maria de Brito, teve uma revelação – em êxtase, viu a paixão e a morte de Cristo o qual lhe confiou que Ele seria de novo crucificado em Portugal pelos judeus. Revelação essa que o seu confessor, frei Bernardino das Chagas, interpretou como um sinal premonitório dos acontecimentos surgidos em Lisboa.

Será com esta revelação que, Maria de Brito, num desígnio Divino, se sente incitada a viver em comunidade e a convidar algumas pessoas de vida exemplar, com as quais, em união espiritual, se consagrasse à adoração do Santíssimo Sacramento.

E a 12 de Abril de 1630, com cinco outros membros da Ordem Terceira Franciscana, iniciam o Lausperene, em perpétua adoração do Santíssimo Sacramento.

Porém, uma nova visão anuncia que este pequeno grupo se transformará num convento de trinta e seis religiosas. Quase um ano depois, em 13 de Abril de 1631, o grupo transforma-se em Recolhimento das Religiosas Escravas do Santíssimo Sacramento, que ficará sediado na casa da família de Maria do Lado.

Maria de Brito faleceu treze mais tarde, em 28 de Abril de 1632. Ela recebeu o nome de Maria do Lado já no seu leito de morte. A escolha deste nome é uma referência à chaga lateral que Cristo recebeu na Cruz. A pedido de seu pai, António do Rego, que, desde 1631, integrava igualmente a Ordem Terceira Franciscana, o corpo de Maria do Lado será enterrado na igreja paroquial do Louriçal.

A construção da igreja do Recolhimento iniciar-se-á em 28 de Abril de 1640. Estarão presentes ao acto o arcebispo de Coimbra, D. João Mendes de Távora e o conde da Ericeira, D. Fernando de Meneses. A sua inauguração terá lugar nos inícios de 1646. Cinco anos mais tarde, em 30 de Agosto de 1651, será transladado para esta igreja os restos mortais de Maria do Lado.

Alguns anos mais tarde, em 1688, o conde da Ericeira, D. Fernando de Meneses, pede a D. Pedro II que o Recolhimento seja oficialmente transformado em convento. A autorização real será emitida a 16 de Agosto de 1688.

E o Recolhimento será finalmente transformado em Convento em 1709.

A construção do Convento do Louriçal deve-se a D. João V, na sequência de uma promessa que ainda enquanto príncipe fez. Na altura, foi escolhido para seu mestre e confessor o padre Francisco da Cruz, irmão da Madre Maria do Lado, que, aquando da doença de bexigas de sua alteza e com receio que ele não sobreviria, levou a cruz que fora de sua irmã para a sua alteza beijar e pendurou-a à sua cabeceira, fazendo votos a Deus e à sua serva, prometendo que se saísse daquela enfermidade, fundaria um convento, que a Madre já dera princípio.

Construído e povoado o convento, as religiosas continuaram a utilizar para os actos de culto na igreja que fora do Recolhimento Franciscano, até o Rei D. João V ter conhecimento e mandar construir uma nova Igreja. Para que as obras se concretizassem e o convento ficasse de todo desafogado, fez-se um protocolo com a Câmara do Louriçal em 1734. Este acordo delineava uma nova urbanização do lugar, pois a construção de uma nova igreja e torre do relógio implicava o derrubamento de casas, a abertura de novas ruas e a construção de uma praça.

A 11 de Março de 1878 morre a última irmã professa, recebendo a comunidade um decreto de extinção. O bispo, em defesa das pupilas do convento, solicitou a licença ao rei para que pudessem continuar a viver no Convento do Louriçal. O rei acedeu.

Mais tarde, pela instalação da República, em 1910, as religiosas foram expulsas do convento pelos Militares, para que fosse instalado aí um posto da GNR, que lá funcionou até 1925. Em 1927, a propriedade foi leiloada e comprada pela Predial Económica Limitada de Coimbra, com dinheiros da Madre Nazaré e das outras irmãs ainda vivas.

Em 1932, no terceiro centenário da morte da Madre Maria do Lado, deu entrada uma noviça conhecida por Madre Teresa. Que, quando em 1940, foi eleita para a Abadessa da comunidade, logo se preocupou em mudar a situação moral da comunidade, pois, até aí só podiam emitir votos temporários. Tanto trabalhou para modificar a sua condição que conseguiu alcançar a licença de votos perpétuos, para em 1956, alcançar também o Reconhecimento Canónico da comunidade.

Horários:

  • segunda a sexta 09H00 – 18H00

Outras informações:

  • Entrada: Gratuita
  • Visita mediante marcação prévia.